sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Exemplos de cacofonia


“O meu nome é Passos Dias Aguiar Mota.” ou “Jamais chamaria ao meu filho Adolfo Dias.”

Ele  tem pretensões acerca dela

"Não pense nunca nisso" = Não pense num caniço.

"Já que tinha resolvido” = jaquetinha.



"Fábio Conceição pediu a bola e Cafu deu".  (Narração de jogo do Brasil na Coréia).

"chuta Neneca, gol!" (Idem)

 "Amasse sal e alho no aparelho de socar alho". (parte de receita de uma apresentadora de TV)

Lá, onde abunda a pita,

E a doce flor no cume cheira. (trecho de um antigo poema)

Outras frases cacofônicas:

"Lagartos do cume saiam".

"Entrega-se uma laranja por cada".

"Vamos já, que a pressa em mim abunda".
  

Em linguagem caipira:

"Topei dano nela com a vara de tocá gado".

"Tê... tinha, acabô-se tudo; só se fô desse".

"Deixa eu i-me já, que já tá pingano".
E você, já pagou algum mico por causa alguma palavra desse tipo que abunda na sua língua?


Outras frases citadas:
- Fui à casa do meu avô que dá os fundos para o bar. (a casa ou o avô?)
- Vou-me já. (mijá)
- Muito obrigado pelas honras que me já dão. (mijadão)
- Nenhum segurança havia dado. (segurança aviadado)
- Governo confisca gado de fazendas. (confiscagado)
- Usei um pilão de socar alho. (só caralho)
- Olha essa fada. (é safada) 

A caca da cacofonia

O trema foi abolido.

"Tremei, pais de família!" (como dizia Castro Alves).

Os donos do mundo, dos países, municípios, quintas e cercanias, formam a Nomenklatura. Que manda no mundo. Generais pensam mandar no exército. Quem manda é a Nomenklatura do exército. Ministérios pensam ministeriar, quem ministeria é a Nomenklatura. Escritores, jornalistas e assemelhados pensam que escrevem o que querem. Quem escreve é a Nomenklatura.

Não é à toa que Nomenklatura é palavra russa. Quer dizer, isso no pequeno período comunista. Mas antes, lá mesmo, na Rússia, você já tinha lido Gogol. Está lá todo o horror burocrático da Visita do Inspetor.

Penso e repenso. Pode ser que se me tenha escapado. Mas, pra implantar essa estúrdia (!) hifeniano-desacentada reforma, houve um plebiscito? Alguém te ouviu, grande escritor? Alguém te consultou, dedicado professor? Ou apenas os velhinhos da Academia daqui (38, mais dois mortos em rodízio) resolveram isso combinando com os 38 velhinhos (restantes) de lá?

É isso, não adianta chiar. Foram muitas viagens, conferências, convescotes, assessores (palavra com muito esse, vamos economizar: aceçores), conselheiros/as e olheiros durante as inúmeras viagens nesses quinze anos de estudos. Natural. Portugal e derivados são países extremamente agradáveis pros nossos velhinhos. E o Brasil é muitíssimo tropical pros galegos (vocês se lembram quando português era chamado de galego? Os americanos, cheios de culpas ancestrais, ainda não tinham inventado o politicamente correto).

Ué, vocês não sabiam pra que servem essas conferências – linguísticas, médicas, geográficas, políticas? Pra marcar outras conferências. Ah, lá em cima citei Castro Alves, o primeiro baiano marqueteiro do país. Bem-sucedido, seguro, poeta emérito e recitador ainda mais, Castro sabia-se. Foi à noite, em frente ao espelho, satisfeito, com razão, pela bela aparência, que ele pronunciou esta frase (ajeitando a aba do chapéu): "Tremei, pais de família!". E não é que os pais tremiam? O homem era phoda!

Já passei, em minha curta existência, por 37 reformas ortográficas e orográficas.  É, mudaram até o nome de algumas montanhas de minha intimidade, embora isso não tivesse afetado o alpinismo social de muitos letristas, a começar pelo fundador da liga principal, a de Letras.

Por natureza, não por ideologia, nunca respeitei nenhuma dessas convenções. Pois convenções são muito convencionais. Só respeito coisas respeitáveis, indubitáveis: tombo de escada, queda da bolsa, escorregão em cocô de cachorro.

Agora, se tem traço, se tem ponto, se tem pesponto, posponto, chapeuzinho, eu faço como fazia o Aurélio, Aurélio vírgula ou Aurélio Cabeleira, nosso companheiro na revista O Cruzeiro. Examinava nossos textos com a maior sem-cerimônia – já era um sábio no ramo – e tascava vírgulas. Uma vez, pegando uma lauda de um colega, na qual o dito não tinha posto nenhuma pontuação, e não por rebeldia, por pura ignorância, Aurélio encheu de vírgulas tudo o que sobrou da página, e decretou: "Taí, rapaz, agora pega essas vírgulas e salpica onde couber".

Mas não se preocupem demais com essas besteiras. Isso não dura. Como nos ensinava Rubem Braga, uns dos dez maiores escritores brasileiros do futuro, quando tínhamos algum problema ao compor uma frase: "Não quebra a cabeça, não. Dá uma voltinha". Agora, me ensina aqui, Rubem: como é que se dá uma voltinha num hífen?

(Millôr Fernandes (Veja) 

Defeitos do texto - Cacofonia

Cacofonia - Qualquer vício de linguagem fonético, geralmente resultado da proximidade não-intencional de palavras com sílabas ou fonemas idênticos ou parecidos (do grego cacos, mau, feio, defeituoso, e fonos, som, voz). As cacofonias compreendem:

· assonância - Repetição de sílabas idênticas em vocábulos próximos: "um novo povo", "balão de São João", "Pude ver, nesta oportunidade, a realidade desta cidade".
· cacófato - Encontro de sílabas que formam nova palavra de sentido ridículo ou obsceno: "É de pôr com a mão", "Tirei da boca dela". Há casos de cacófatos internos ou intravocabulares, em que as sílabas da mesma palavra podem ser lidas de maneira separada de modo a produzir novas formas, inconvenientes: "É mulher que se disputa".

· colisão - Repetição de consoantes que torna difícil ou incômoda a pronúncia: "O trem entrou nos trilhos através da tração das três locomotivas" e "O rato roeu a roupa de renda da rainha do rei da Rússia".

· eco - Repetição de sílabas idênticas, com algum intervalo, de modo a se produzirem indesejáveis rima e ritmo na prosa: "Do fundo do meu coração, nasce esta expressão da minha gratidão" (LUFT, 1971) e "Vicente disse que sente, com freqüência, dor de dente".

· hiato - Seqüência de vogais que dificulta a pronúncia: "Vá à aula" (ALMEIDA, 1999) e "A água refresca a areia à noite".

· parequema - Encontro de sílabas iguais ou muito parecidas, que produz sonoridade desagradável: "Deixa a chave aí", "Essa é uma faca cara" e "Parece que vejo o teto torto".
Como se disse acima, essas ocorrências fonéticas são viciosas porque produzidas involuntariamente. Se o escritor produz esses efeitos sonoros de forma intencional, com objetivos estéticos, o resultado deixa de ser considerado vício. Assim, em "Zuniam as asas azuis", o mesmo efeito sonoro que poderia ser considerado vicioso (colisão), por ser provocado, denomina-se aliteração, recurso de estilo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Flores pra você que veio me visitar!

Poesia do Cume

No alto daquela serra
Semeei uma roseira
O mato no Cume arde
A rosa no Cume cheira

Quando cai a chuva grossa
A água o Cume desce
O orvalho no Cume brilha
O mato no Cume cresce

Mas logo que a chuva cessa
Ao Cume volta alegria
Pois volta a brilhar depressa
O sol que no Cume ardia

E quando chega o Verão
E tudo no Cume seca
O vento o Cume limpa
E o Cume fica careca

Ao subir a linda serra
Vê-se o Cume aparecendo
Mas começando a descer
O Cume se vai escondendo

Quando cai a chuva fria
Salpicos no Cume caiem
Abelhas no Cume picam
Lagartos do Cume saiem

À hora crepuscular
Tudo no Cume escurece
Pirilampos no Cume brilham
E a lua no Cume aparece


E quando vem o Inverno
A neve no Cume cai
O Cume fica tapado
E ao Cume ninguém vai

Mas a tristeza se acaba
E de novo vem o Verão
O gelo do Cume cai
E todos ao Cume vão

(autor desconhecido) 

Falcão - No alto daquele cúme

No alto daquele cume
Plantei uma roseira
O vento no cume bate
A rosa no cume cheira

Quando vem a chuva fina
Salpicos no cume caem
Formigas no cume entram
Abelhas do cume saem
Quando vem a chuva grossa
A água do cume desce
O barro do cume escorre
O mato no cume cresce
Então quando cessa a chuva
No cume volta a alegria
Pois torna a brilhar denovo
O sol que no cume ardia
 (G# Fm A#m D#) 
No alto daquele cume
Plantei uma roseira
O vento no cume bate
A rosa no cume cheira

Quando vem a chuva fina
Salpicos no cume caem
Formigas no cume entram
Abelhas do cume saem
Quando vem a chuva grossa
A água do cume desce
O barro do cume escorre
O mato no cume cresce
Então quando cessa a chuva
No cume volta a alegria
Pois torna a brilhar denovo
O sol que no cume ardia
 
fonte: http://www.cifraclub.com.br/falcao/no-cume/http://www.cifraclub.com.br/falcao/no-cume/ 

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A Águia e a Galinha

Era uma vez um camponês que foi a floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia.
- De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu criei como galinha.
Ela não é mas uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
- Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas. - Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia. Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse: - já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia.
E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra as suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.
O camponês sorriu e voltou à carga:
- Eu lhe havia dito, ela virou galinha!
- Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma ultima vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergue-se, soberana, sobre se mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento... E Aggrey terminou conclamando: - Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos . Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.
(Autor: Leonardo Boff)
(Co-autor: James Aggrey - Natural de GAMA, pequeno pais da África Ocidental.

Político que defendia a liberdade)

VOAR

Passamos uma vida presos
Qual pássaros em suas gaiolas!
Medo de amar!
Medo de olhar a vida de frente!
E naquele pequeno espaço,
Cantamos nossas dores e sonhos!
Muitas vezes se abrem
As portas de nossas gaiolas
Mas permanecemos ali
Acostumados...
Encolhidos...
Nas nossas vontades e sonhos!
Não tenhamos dúvidas!
À primeira oportunidade
Devemos alçar
O vôo dos falcões!
Calmo
Confiante
Determinado
Amar sem medo!
Brincar um pouco com a vida!
Não ter medo dos rochedos!
E sobre eles
Estender nossas asas
Corajosas de falcões!
E sair em busca
De nossos sonhos!
Como o Condor...
Tentar enxergar
As pequeninas coisas à nossa volta
E saber apreciá-las!
Dando um sentido novo
À nossa vida!
Não sermos como pássaros de gaiolas,
Mas, Falcões e Condores do céu!
A cada dia existe
Uma renovação constante
E nunca um dia
Será como o outro...
Não há dores eternas!
Não há lágrimas eternas!
Não há perdas eternas!
Há sorrisos esperando-nos...
Dias de sol
O abraço dos amigos, dos filhos.
E tantos sonhos lindos!
Um amor nos espera
Para voar... voar... voar...
Porque a vida
É um recomeçar diário
De um vôo!
E gaiolas não foram feitas
Para pássaros
Tampouco para Falcões!
(Leonardo Boff)

sábado, 24 de julho de 2010

Etiqueta em redes de relacionamento social

Comunição!
É sempre importante que o processo comunicativo seja realizado de maneira salutar! Agir e interagir são os verbos de ordem, entretanto é mister que o façamos com sabedoria e responsabilidade.
Consulte o artigo iinfraindicado que tem muito a contribuir para a formação e informação no exercício da cidadania - espaço comunicativo em redes, confira!

fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI157611-15201,00-A+ETIQUETA+DO+FACEBOOK.html

sexta-feira, 18 de junho de 2010

IX CONGRESSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO


Conteúdo:  16 de junho, Quarta-Feira
08:30 – 09:00h – Credenciamento e entrega de material
09:00h – Abertura

09:30h – Conferência de Abertura
O poder de polícia e o Estado Social
Clovis Beznos (SP)
Presidente do Instituto Brasileiro de Direito Administrativo. Professor da PUC-SP.

10h30 – Painel 1 – Gestão Municipal
Concessões urbanísticas – questões concretas
Adilson Dallari (SP)
Advogado. Doutor em Direito (PUC-SP). Professor da PUC-SP.
Transporte coletivo municipal: regulação, eficiência e subsídios do poder público
Paulo Roberto Ferreira Motta (PR)
Doutor e Mestre em Direito(UFPR). Presidente do IPDA.
Consórcios Municipais – experiências concretas
Cristiana Fortini (MG)
Doutora em Direito Administrativo (UFMG). Professora da UFMG. Procuradora-Geral Adjunta de Belo Horizonte.

14h – Painel 2 – Direito fundamental a um meio ambiente equilibrado
Aquecimento global: entre mitos e realidades
Jean Marie Lambert (GO)
Doutor em Ciências Políticas (Universite de l'Etat a Liege, Bélgica).Professor titular da PUC-GO.
Proteção Ambiental e direito adquirido
Daniela Libório (SP)
Doutora e Mestre em Direito Urbanístico (PUC-SP). Professora da PUC-SP.
Compensação ambiental e seus efeitos
Edis Milaré (SP)
Advogado e Consultor em Direito Ambiental. Procurador de Justiça do Estado de São Paulo (aposentado). Mestre em Direito Processual Civil (USP).

16:00h DEBATE: Licitações e contratos: temas polêmicos
Formalismos e formalidades na Lei de Licitações
Nova Lei de licitações
Desafios para um controle eficaz das licitações públicas
A Lei Goiana de licitações
Terceirizações
Marcos Juruena Villela Souto (RJ)
Doutor e Mestre em Direito (UGF). Procurador do Estado do Rio de Janeiro.
Edgar Guimarães (PR)
Advogado. Mestre em Direito (PUC-SP). Consultor jurídico do TCE-PR.
Rodrigo Valgas (SC)
Advogado. Mestre em Direito (UFPR). Presidente do IDASC.
Antônio Flávio de Oliveira (GO)
Procurador do Estado de GO. Professor da Universo.
Márcio Cammarosano (SP)
Doutor e Mestre em Direito (PUC-SP). Professor da PUC-SP. Presidente do IBDM.

Dia 17 de junho, Quinta-Feira
09:00h – Painel 5 – Servidores Públicos
Questões sobre teto remuneratório: limites aplicáveis aos Conselheiros e servidores dos Tribunais de Contas
Valmir Pontes Filho (CE)
Advogado. Mestre em Direito (PUC-SP). Professor titular da Universidade de Fortaleza.
Planos de carreira: enquadramentos e direitos adquiridos
Emerson Gabardo (PR)
Doutor e Mestre em Direito (UFPR). Professor da PUC-PR. Advogado.
Questões atuais sobre o regime próprio de previdência
Paulo Modesto (BA)
Promotor de Justiça. Professor da UFBA. Presidente do Instituto Brasileiro de Direito Público.

11h – Conferência: O direito dos contratos administrativos e a corrupção
Marçal Justen Filho (PR)
Doutor e Mestre em Direito Público (PUC-SP). Advogado.

14:00h – Painel 6 – O Estado em Juízo
O processo administrativo como meio de prevenção e solução de litígios judiciais
João Batista Gomes Moreira (DF)
Desembargador Federal do TRF-1ª Região. Doutor e Mestre em Direito Administrativo (UFMG)
Nova lei do Mandado de Segurança: avanços?
Flávio Henrique Unes Pereira (DF)
Mestre em Direito Público (UFMG). Presidente do Instituto de Direito Administrativo do Distrito Federal. Advogado.
Presunção de veracidade no processo disciplinar
Spiridon Anyfantis (GO)
Promotor de Justiça. Mestre em Direito (UFG). Professor das Faculdades Alfa e da Escola Superior da Magistratura de Goiás.

16h00–Painel 6: Controle da Administração Pública
Desafios para o controle das empresas estatais
Letícia Queiroz Andrade (SP)
Mestre em Direito (PUC-SP). Professora da PUC-SP. Advogada.
Controle externo da discricionariedade: evolução ou retrocesso?
Carlos Vinícius Alves Ribeiro(GO)
Promotor de Justiça. Mestrando em Direito do Estado (USP).
Controle da Administração – alterações legislativas propostas
Luciano Ferraz (MG)
Doutor e Mestre em Direito (UFMG). Professor Adjunto da UFMG. Advogado.

Dia 18 de junho, Sexta-Feira
09:00h – Painel 4 – Direito fundamental à segurança pública
Desafios para o financiamento da segurança pública
Demóstenes Torres (DF)
Senador da República. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça.
Novos modelos de gestão da segurança pública
Maurício Campos Júnior (MG)
Professor Titular da PUC-MG. Ex- Secretário de Defesa Social do Estado de Minas Gerais.
Exercício de atividades ligadas à segurança pública por particulares
José dos Santos Carvalho Filho (RJ)
Mestre em Direito (UFRJ). Professor da UFF e UCAM. Consultor jurídico do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.

11:00h – Conferência: A constitucionalização do Direito Administrativo: reflexos na legalidade e discricionariedade
Maria Sylvia Z. Di Pietro(SP)
Professora titular de Direito Administrativo da USP>

14h – Painel 3: Sanções Administrativas
Princípio da legalidade e o ilícito administrativo: limites à função normativa
Weida Zancaner (SP)
Mestre em Direito (PUC-SP). Professora da PUC-SP.
Interpretação e aplicação dos princípios jurídicos na atividade sancionadora
Nélson Figueiredo (GO)
Advogado. Professor da UFG.

16:30 h – Conferências de Encerramento

Processo administrativo e presunção de inocência
Romeu Bacellar Filho
Doutor em Direito (UFPR). Professor titular de Direito Administrativo (PUC-PR). Professor da UFPR. Presidente da Associação de Direito Público do MERCOSUL.

O regime jurídico administrativo
Celso Antônio Bandeira de Mello
Professor Emérito da PUC-SP. Livre Docente em Direito Administrativo (PUC-SP).
Palestrantes:  Prof. CLÓVIS BEZNOS (SP)
(Professor da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica/ SP, Mestre e Doutor em Direito pela PUC/SP, Presidente do Instituto Brasileiro de Direito Administrativo – IBDA, Advogado)

Prof. ADILSON DALLARI (SP)
(Advogado, Doutor em Direito (PUC-SP) e Professor da PUC-SP)

Prof. PAULO ROBERTO FERREIRA MOTTA (PR)
(Advogado, Mestre e Doutor em Direito do Estado (UFPR), Presidente do IPDA, Professor de Direito Administrativo da Universidade Tuiuti do Paraná e o do Instituto Romeu Felipe Bacellar)

Profa. CRISTIANA FORTINI (MG)
(Doutora em Direito Administrativo pela UFMG, Procuradora Geral Adjunta de Belo Horizonte, Presidente do IMDA – Instituto Mineiro de Direito Administrativo, Coordenadora de direito administrativo da ESA – Escola Superior da OAB/MG, Professora de Mestrado e Graduação)

Prof. JEAN MARIE LAMBERT (GO)
(Doutor em Ciências Políticas (Universite de l'Etat a Liege, Bélgica), Professor titular da PUC - GO)

Profa. DANIELA LIBÓRIO (SP)
(Mestre e Doutora em Direito Urbanístico e Ambiental pela PUC/SP, Advogada, Professora da graduação e pós-graduação da PUC/SP)

Prof. EDIS MILARÉ (SP)
(Advogado e Consultor em Direito Ambiental, Procurador de Justiça do Estado de São Paulo(aposentado), Mestre em Direito Processual Civil (USP)

Prof. MARCOS JURUENA VILLELA SOUTO (RJ)
(Mestre e Doutor em Direito pela Gama Filho (RJ); Procurador do Estado do Rio de Janeiro; Professor nas Universidades UNICURITIBA, em Curitiba, Gama Filho, no Rio de Janeiro e Cândido Mendes, no Rio de Janeiro)

Prof. EDGAR GUIMARÃES(PR)
(Advogado em Curitiba/PR, Mestre e Doutorando em Direito Administrativo pela PUC/SP, Professor de Direito Administrativo no curso de Pós-graduação da FAE Business S-chool, Professor de Licitações no curso de pós-graduação do Instituto de Direito Romeu Fe-lipe Bacellar, do Instituto de Direito Administrativo de Goiás e da Estação/IBMEC Business School, Consultor Jurídico do Tribunal de Contas do Estado do Paraná)

Prof. RODRIGO VALGAS (SC)
(Advogado, Mestre em Direito (PUC-SP) e Presidente do IDASC)

Prof. Dr. MÁRCIO CAMMAROSANO (SP)
(Advogado. Doutor e Mestre em Direito (PUC-SP). Presidente do Instituto Brasileiro de Direito Municipal. Autor
de diversos artigos jurídicos e do livro "O princípio constitucional da moralidade e o exercício da função administrativa").

Prof. ANTÔNIO FLÁVIO (GO)
(Procurador do Estado de Goiás, Professor de Direito Administrativo e Constitucional pela UNIVERSO, Professor de Direito Constitucional pela Escola de Magistratura, Membro do IDAG e da Academia Goiana de Direito)

Prof. VALMIR PONTES FILHO (CE)
(Advogado, Mestre em Direito (PUC-SP), Professor titular da Universidade de Fortaleza)

Prof. EMERSON GABARDO (PR)
(Advogado em Curitiba, Doutor em Direito do Estado pela UFPR, Professor da PUC-PR, Diretor Geral do Instituto de Direito Romeu Felipe Bacellar, Diretor Executivo da Revista A & C – Revista de Direito Administrativo e Constitucional, Ed. Fórum)

Prof. PAULO MODESTO (BA)
(Promotor de Justiça do Estado da Bahia, Professor de Direito Administrativo na Universidade Federal da Bahia e do Centro de Cultura Jurídica da Bahia, Editor do Site Direito do Estado, Presidente do Instituto Brasileiro de Direito Público)

Prof. MARÇAL JUSTEN FILHO (PR)
(Doutor e Mestre em Direito Público (PUC-SP), Advogado)

Dr. JOÃO BATISTA GOMES MOREIRA (DF)
(Desembargador Federal do TRF-1ª Região, Doutor e Mestre em Direito Administrativo (UFMG))

Prof. FLÁVIO HENRIQUE UNES PEREIRA (DF)
(Mestre e doutorando em Direito Administrativo pela UFMG, Presidente do Instituto de Direito Administrativo do Distrito Federal, Professor de Direito Administrativo do IDP e do IDAG)

Prof. SPIRIDON ANYFANTIS (GO)
(Promotor de Justiça do Estado de Goiás, Professor de Direito Administrativo da ALFA, Mestre em Direito pela UFG, Diretor do IDAG)

Profa. LETÍCIA QUEIROZ ANDRADE (SP)
(Mestre em Direito (PUC-SP), Professora da PUC-SP e Advogada)

Prof. CARLOS VINÍCIUS ALVES RIBEIRO(GO)
(Promotor de Justiça, Mestrando em Direito do Estado (USP))

Prof. LUCIANO FERRAZ (MG)
(Doutor e Mestre em Direito Administrativo (UFMG), Professor da UFMG(Graduação, mestrado e doutorado), Advogado e pareceirista)

Sen. DEMÓSTENES TORRES (DF)
(Senador da República, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça)

Prof. MAURÍCIO CAMPOS JÚNIOR (MG)
(Professor titular da PUC-MG, Ex-Secretário de Defesa Social do Estado de Minas Gerais)

Prof. JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO (RJ)
(Mestre em Direito (UFRJ), Procurador de Justiça Aposentado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Professor da Universidade Candido Mendes e autor do livro Curso de Direito Administrativo)

Profa. MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO (SP)
(Professora titular de Direito Administrativo da USP, Doutora em Direito do Estado (USP), Autora, dentre outras, das obras "Direito Administrativo", "Parcerias na Administração Pública" e "Discricionariedade Administrativa na Constituição de 1988", todas publicadas pela Editora Atlas)

Profa. WEIDA ZANCANER (SP)
(Professora de Direito administrativo da PUC-SP, Mestre em Direito pela PUC-SP, Autora, dentre outras, do livro “A convalidação e da invalidação do atos administrativos”)

Prof. NÉLSON FIGUEIREDO (GO)
(Advogado, Professor da UFG)

Prof. ROMEU BACELLAR FILHO (PR)
(Advogado militante na área do Direito Administrativo, Doutor em Direito do Estado pela UFPR, Professor Titular de Direito Administrativo pela PUC/PR e Professor da UFPR, Presidente da Associação de Direito Público do Mercosul, Presidente do Instituto Paranaense de Direito Administrativo e da Associação Ibero-americana de Direito Público, Conselheiro Federal da Ordem dos Advogados do Brasil)

Prof. CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO (SP)
(Professor Titular de Graduação e Pós-graduação Direito Administrativo pela PUC-SP, Mestre e Doutor em Direito pela PUC, Membro Fundador do Instituto Brasileiro de Direito Administrativo e do Instituto de Direito Administrativo Paulista, Membro do Instituto Internacional de Derecho Administrativo Latinoamericano, Fundador e Diretor da Revista Trimestral de Direito Público)
Local do Curso:  Centro de Convenções de Goiânia - GO
Carga Horária:  30 horas

quinta-feira, 10 de junho de 2010

PENSAR EDUCAÇÃO 2010

"Sem comunicação não há educação::quanto maior a conexão, melhor fica a educação"




CONFERÊNCIAS
09/06 -
  1. Professor ativista: Construindo conexões em rede - Nelson Pretto
  • As tecnologias não mudam a prática; a prática tem que apropriar-se das tecnologias
  • O celular é um anciolitico eletronico, o pai liga, se o filho atende o pai relaxa: ta vivo! Gostei @Rivoltella
  • @Rivoltella afirma que a realidade da comunicacao esta integrada nas tics digitais.
  • @Rivoltella afirma q situacao dos profs na Italia e mto semelhante daqui. Desafios planetarios, portanto!
 
  1. Educação: Culturas Digitais, Mídias Sociais e Cidadania - Pier Cesare Rivoltella
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    Telemothering 


      10/06 -
      1. As Ondas de Mudança da Sociedade: a importância da Educação e da Comunicação - Helena Gasparini



      •  a tecnologia ajuda a educação
      • e a educação dos pais, como deve ser? "é constante a pergunta da família se questionando o que realmente pode ser considerado certo ou errado na criação dos filhos. os edcadores, de maneira geral, se colocam em dúvida sobre o modismo dominante entre as crianças e os jovens, na incerteza de proibir ou não, determinados usos"
      • é preciso atualizar através das mudanças, da quebra de paradigmas :: "a educação é desafio constante. muda conforme a época - dessa forma educar exige flexibilidade e atenção permanente dos educadores, para acompanhar as rápidas mudanças às quais as crianças se adaptam facilmente. quando éramos os filhos, nossos pais também setiram muitas dificuldades, peculiares a sua realidade. enquanto, atualmente, nos preocupamos com o uso indevido que as criaças possam fazer da internet e dos celulares, nossos avós receiavam como os nossos pais usavam a televisão" 
      • [...] "os pequenos tiranos são frutos do poder outorgado pelos pais permissivos, que lhes dão tudo, mas não o valor da conquista, da segurança, do respeito pelo outro, da vida, do amor. Ou, pelo contrario, pais autoritários, que usam a pressão psicológica e a força física, na impotência da sua autoridade, marcando a criança, externa e internamente, qua a inutiliza em seu desenvolvimento podendo gerar um vulcão social de agressividade e violência." 
      • [...] "a atenção participativa, o diálogro franco, o afeto nos pequenos gestos, capazes de motivar emoções, podem influencia mais a formção da personalidade do filho, do que presentes, gritos o até a indiferença"
      • a educação formal na escola requer prparo dos educadores na capacitação coninuada = aprender a aprender e aprender a desaprender

      1. Painel: As mídias Como ferramentas da Educação
      • internet: Volney Faustini
      • jornalismo: Cileide Alves
      • cultura: Wolney Unes
      • cinema: Luiz Edurdo Jorge
      • coordenação: Elianda Tiballi
      11/06 -
      1. Integração de Mídias e Tenologias ao Currículo - Maria Elizabeth Bianconcini
      • "as características constitutivas da tecnologia digital de representação do conhecimento em hipertexto, busca, atualização e articulação de informações e autoria, propiciam novos modos de expressar ideias, comunicar, aprender e ensinar"
      • [...] "a palavra chave é integraçao entre tecnologias e currículo que se estabelece numa ótica de transformação da escola e da sala de aula em um espaço de experiência, de ensino e de aprendizagem ativa, de formação de cidadãos e de vivência democrática, ampliado pela presença das tecnologias"
      • [...] "é importante ressaltar que as tecnologias digitais como instrumentos de informação e comunicação são constituídas de interfaces digitais, que fazem a mediação entre os sistemas computacionais ou entre estes sitemas e as pessoas ou ainda entre as pessoas por meio desses sistemas. assim, o uso dessas tecnologias implica romper com a linearidade da representação do pensamento e implicam novas formas de expressar o pensamento, comunicar, perceber o espaço e o tempo, organizar e produzir conhecimento com o uso de múltiplas linguagens (escrita, visual, sonora...)"
      1. Educação em Mundos Viruais: desafios e perspectivas para a inovação - Eliane Schelmmer
      •  "o desenvolvimento do professor requer contínuos investimentos na construção e reconstrução do saber pedagógico e tecnológico"
      • "os ambientes virtuais de aprendizagem nos abre caminhos para formas diferentes de organização do processo ensino-aprendizagem. Vale a pena inovar, testar, experimentar, não apenas com o propósito de adequar-nos a uma realidade moderna, mas principalmente para que possamos questionar e refletir sobre aquilo que bem conhecemos"
      12/06 -
      1. O poder da palavra: o sentimento na educação - Arquilau Romão










      • somos arquitetos do nosso destino
      • que tipo de aluno queremos formar?
      • leituras de mundo (Freire): o dito e o feito
      • quero um aluno de cabeça bem feita, não quero um aluno de cabeça cheia
      • pare para pensar ou pense sem parar?
      • pense duas vezes antes de agir ou aja duas vezes antes de pensar?

      • ENTUSIASMO = (do grego en + theos, literalmente 'em Deus') originalmente significava inspiração ou possessão por uma entidade divina ou pela presença de Deus. Atualmente, pode ser entendido como um estado de grande euforia e alegria, refletindo em uma consequente coragem. Uma pessoa estusiasmada está disposta a enfrentar dificuldades e desafios, não se deixando abater e transmitindo confiança aos demais ao seu redor. O entusiasmo pode portanto ser considerado como um estado de espírito otimista. (wikipédia)
      • ENCORAJAMENTO =
      • ÂNIMO =
      • ENFEZADO = hostil
        1. Pedagogia Circense e Escola Circo - Dom Fernando

        sábado, 5 de junho de 2010

        Poetizando a gramática

        Disseram-me que se trata de redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE Universidade Federal de Pernambuco (Recife), que venceu um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.


        Era a terceiram vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.


        Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.


        O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.


        Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.


        Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.


        Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.


        Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.


        Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.


        Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos.


        Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.


        O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.


        fonte: recebido através da rede e-mail. 

        sábado, 24 de abril de 2010

        Cartografia

        diz o investigador: 
        [...] o tema é mapas cartográficos:Marcador,Peters ,cônico e cilíndrica quero saber tudo sobre eles especificandoas diferença entre eles e as característicasdeles!! so que o que eu mais quero mesmo é imagens dessas coisas! :) eu não acho o mais legal e se eu acho eu não sei se é mesmo do ser humano ex:marcador e peters! [...]

        diz o colaborador:
        A primeira coisa que você tem que saber é que todo tipo de mapa tem algum tipo de erro, que pode ser o formato dos continentes, as áreas, etc. Por isso, qualquer pessoa que for tentar reproduzir o mundo, vai ter que escolher o "erro" que não interfira no objetivo do mapa. É aí que entra os tipos de projeções:(você vai entender ao longo da resposta, não se preocupe)
        - Projeção cilíndrica: existem dois tipos de projeções cilíndricas, a de mercator e a de peters. Ela recebe esse nome porque é como se você tentasse envolver o globo terrestre com uma folha em forma de cilindro, como mostra a primeira figura.( que eu coloquei na fonte)
        Agora, eu vou explicar o que é cada uma. A de mercators foi criada por um cara chamado Mercator (nome sugestivo, não é?) e as características são manter a forma e distorcer a área, ou seja, o "erro", são as áreas dos continentes, principalmente os que estão mais próximos dos pólos, tipo EUA e Europa( para você ter uma ideia, a groelândia é nove vezes menor que a américa do sul, e olha como ela é apresentada na segunda figura!!!) Infelizmente para nós, esse é o tipo de mapa mais usado hoje em dia.
        Daí, chega um cara chamado Peters e decide criar uma projeção que faça o contrário: manter as áreas e distorcer as formas, principalmente as próximas da linha do equador. Para a alegria dos brasileiros, nossa terra foi esticada!!! ( é só ver na terceira figura). Por causa disso, essa projeção foi apelidada de "terceiro-mundista" ou "solidária". Além disso, algumas pessoas até invertem os hemisférios, já que eles são só convenções políticas.(é só ver a figura quatro). A pena é que, mesmo representando bem as áreas (o que pode ser até um benefício), os "grandes de cima" conseguiram fazer com que ela não fosse muito utilizada hoje em dia.
        Só pra te dar umas características cartográficas pro seu trabalho, a projeção cilindrica possui paralelos e meridianos retos e formando ângulos de 90 graus.

        -Projeção cônica: é a mesma ideia da cilindrica, ela tenta envolver o mundo com um cone( ver figura cinco). Como resultado, quanto mais longe do ponto principal, mais deformada vai ficar( ver figura seis). Ela quase nem tem importância hoje em dia, ja que ninguem usa.
        Dessa vez, os paralelos são tortos(circulares) e os meridianos são retos.
        -Projeção plana: até que a ideia é legal, tentar tipo que tirar uma foto do globo(ver figura sete). Por causa disso, ela representa o formato e a área com mais fidelidade que as outras, mas só se a área for pequena. Pra você ter uma ideia, até essa projeção os EUA conseguiram usar pra se dar bem. É só ver o símbolo da ONU (figura oito)!!!!!!!!!!!! Eles, como se ja não bastasse a de mercator, se colocaram no centro do mundo!!!!!!!!!
        Nessa projeção, que também pode se chamar azimutal, os meridianos tam bém são reto e os paralelos são tortos.

        Desculpa ter escrito tanto, mas tem, ainda, muito mais coisa pra falar ( que também não são tão importantes).Eu tentei explicar só o que merece destaque.

        Espero ter ajudado

        Fonte(s):

        terça-feira, 6 de abril de 2010

        Quase

        Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.

        É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

        Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

        Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

        Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.

        A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

        Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

        O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

        Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

        Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.

        De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

        Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

        Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

        (Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva, em sua coluna do dia 31 de março de 2005 do jornal O Globo)

        terça-feira, 30 de março de 2010

        TEXTO PARA ANÁLISE - Podres poderes

        Caetano Veloso

        Composição: Caetano Veloso
        Enquanto os homens exercem
        Seus podres poderes
        Motos e fuscas avançam
        Os sinais vermelhos
        E perdem os verdes
        Somos uns boçais...

        Queria querer gritar
        Setecentas mil vezes
        Como são lindos
        Como são lindos os burgueses
        E os japoneses
        Mas tudo é muito mais...

        Será que nunca faremos
        Senão confirmar
        A incompetência
        Da América católica
        Que sempre precisará
        De ridículos tiranos
        Será, será, que será?
        Que será, que será?
        Será que esta
        Minha estúpida retórica
        Terá que soar
        Terá que se ouvir
        Por mais zil anos...

        Enquanto os homens exercem
        Seus podres poderes
        Índios e padres e bichas
        Negros e mulheres
        E adolescentes
        Fazem o carnaval...

        Queria querer cantar
        Afinado com eles
        Silenciar em respeito
        Ao seu transe num êxtase
        Ser indecente
        Mas tudo é muito mau...

        Ou então cada paisano
        E cada capataz
        Com sua burrice fará
        Jorrar sangue demais
        Nos pantanais, nas cidades
        Caatingas e nos gerais
        Será que apenas
        Os hermetismos pascoais
        E os tons, os mil tons
        Seus sons e seus dons geniais
        Nos salvam, nos salvarão
        Dessas trevas e nada mais...

        Enquanto os homens exercem
        Seus podres poderes
        Morrer e matar de fome
        De raiva e de sede
        São tantas vezes
        Gestos naturais...

        Eu quero aproximar
        O meu cantar vagabundo
        Daqueles que velam
        Pela alegria do mundo
        Indo e mais fundo
        Tins e bens e tais...

        Será que nunca faremos
        Senão confirmar
        Na incompetência
        Da América católica
        Que sempre precisará
        De ridículos tiranos
        Será, será, que será?
        Que será, que será?
        Será que essa
        Minha estúpida retórica
        Terá que soar
        Terá que se ouvir
        Por mais zil anos...

        Ou então cada paisano
        E cada capataz
        Com sua burrice fará
        Jorrar sangue demais
        Nos pantanais, nas cidades
        Caatingas e nos gerais...

        Será que apenas
        Os hermetismos pascoais
        E os tons, os mil tons
        Seus sons e seus dons geniais
        Nos salvam, nos salvarão
        Dessas trevas e nada mais...

        Enquanto os homens
        Exercem seus podres poderes
        Morrer e matar de fome
        De raiva e de sede
        São tantas vezes
        Gestos naturais
        Eu quero aproximar
        O meu cantar vagabundo
        Daqueles que velam
        Pela alegria do mundo...

        Indo mais fundo
        Tins e bens e tais!
        Indo mais fundo
        Tins e bens e tais!
        Indo mais fundo
        Tins e bens e tais!

        (VELOSO, Caetano. In: velô). LP Philips 824024 1984 LadoA faixa )

        sexta-feira, 19 de março de 2010

        NARRATIVAS


        O texto narrativo pode ser curto ou alongar-se, de acordo com os fatos que são contados, e pode ter a participação de uma ou mais personagens.

        Existem, entretanto, determinadas características que diferenciam a narração escrita, seja ela em forma de crônica, conto, novela ou romance. Vejamos essas características.



        CRÔNICA

        É uma narrativa condensada, que focaliza um flagrante da vida, pitoresco e atual, real ou imaginário, com ampla variedade temática, num tom poético, porém coloquial. Sua ação é rápida e sintética. Assemelha-se a urna reportagem jornalística.

        O texto “A idade da pedra”, de Carlos Eduardo Novaes, que foi lido no início do Capítulo 12, enquadra-se nessa definição. E uma crônica que mistura o humor à crítica social. O autor analisa o comportamento do adolescente e o do adulto frente às obrigações sociais e familiares, numa linguagem fluente, coloquial, através de um enredo rápido e simples.

        Dentre nossos melhores cronistas, temos: Luis Fernando Veríssimo, Fernando Sabino, Loureço Diaféria, Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade, Rachei de Queiroz, Cecília Meireles e muitos outros.



        CONTO

        Trata-se de uma narrativa objetiva que apresenta um único conflito, tomado já próximo do seu desfecho. Encerra uma história com poucas personagens, e também tempo e espaço reduzidos. Ocorre a presença de diálogos que revelam o conflito entre as personagens.

        No conto destacam-se: Machado de Assis, Monteiro Lobato, Lygia Fagundes Telles, Mário de Andrade, Luís Vilela, Ignácio de Loyola Brandão, Marina Colasanti e outros.



        ROMANCE

        Caracteriza-se como uma narrativa longa, de trama ou enredo complexo, com um conflito central e vários secundários que se relacionam entre si. Existe também um número ilimitado de personagens e total liberdade de espaço e tempo.

        As personagens trabalhadas são planas ou redondas, de acordo com a complexidade de seu comporta­mento. A personagem plana apresenta uma atitude previsível e marcante que se define através de um único traço: é fraco ou de temperamento forte, bom ou mau etc. Já a personagem redonda ou esférica possui vários aspectos, sendo imprevisível nos seus atos. Ora é santa, ora é demônio, louca ou sensata etc.

        No romance, o tempo pode ser cronológico (tempo material, marcado pelo relógio) ou psicológico (existente na mente da personagem, baseia-se no fluxo desordenado do inconsciente). A maioria dos romances é narrada em 3ª pessoa, ou seja, o narrador está distante dos fatos, como observador; mas há aqueles cujo foco narrativo é em lª pessoa, com narrador-personagem. Inúmeros são os nossos romancistas: Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Paulo Coelho, Autran Dourado, Adonias Filho, João Ubaldo Ribeiro, entre outros.



        NOVELA

        Na novela, ocorre uma pluralidade e sucessividade de células dramáticas, relativamente independentes e superficiais, conservando um elo que lhes serve de encadeamento. Esse elo pode ser uma ou mais personagens que permanecem em outros capítulos, enquanto alguns conflitos são substituídos por outros. Ocorre a presença de diálogos rápidos ou breves, a narrativa é direta, sem divagações e com pouca descrição. Quanto ao tempo, espaço, foco narrativo, número e espécie de personagem, a novela é semelhante ao romance, sendo um pouco menor que este e maior que o conto.

        São autores de novelas: Érico Veríssimo, Guimarães Rosa, Fernando Sabino, Graciliano Ramos e outros.

        Para você conhecer melhor um desses tipos de narrativa, vamos à leitura de um dos contos de Lygia Fagundes TelIes?



        NARRAÇÃO: O MONÓLOGO

        Você já estudou o diálogo, uma conversa entre duas pessoas. Mas quando uma só pessoa fala, respondendo a si própria, ou seja, fica meditando com seus “próprios botões”, temos então um monólogo.

        Observe o monólogo de um ascensorista que, trabalhando durante anos num mesmo prédio, pôde conhecer particularidades da vida de cada morador. Ali, preso diariamente naquele espaço do elevador, ele se distraía, falando consigo mesmo. Leia o monólogo.



        O ASCENSORISTA

        Não sei por quê, amanheci hoje com predisposição para a melancolia. Comecei servindo com certa indiferença, sem atentar bem no que fazia. Mais parecendo uma sombra conduzindo sombras. Será que a minha sina é ficar subindo e descendo gente até o fim da vida? E esse prédio? Daqui a cem, duzentos anos, que será dele? Terá aquela mesma velhinha se repetindo à janela? E que espécie de gente, que paixões, que negócios entre suas paredes? Homens e mulheres de sempre, fazendo a mesma coisa, com outras caras, outros nomes?... 

        .......
        FONTE: material didático/pedagógico: Colégio Disciplina  

        FÁBULAS


        A fábula é um historia narrativa que surgiu no Oriente, mas foi particularmente desenvolvido por um escravo chamado Esopo, que viveu no século 6º. a.C., na Grécia antiga. Esopo inventava histórias em que os animais eram os personagens. Por meio dos diálogos entre os bichos e das situações que os envolviam, ele procurava transmitir sabedoria de carácter moral ao homem. Assim, os animais, nas fábulas, tornam-se exemplos para o ser humano. Cada bicho simboliza algum aspecto ou qualidade do homem como, por exemplo, o leão representa a força; a raposa, a astúcia; a formiga, o trabalho etc. É uma narrativa inverossímil, com fundo didático. Quando os personagens são seres inanimados, objetos, a fábula recebe o nome de apólogo. A temática é variada e contempla tópicos como a vitória da fraqueza sobre a força, da bondade sobre a astúcia e a derrota de preguiçosos.

        A fábula já era cultivada entre assírios e babilônios, no entanto foi o grego Esopo quem consagrou o gênero. La Fontaine foi outro grande fabulista, imprimindo à fábula grande refinamento. George Orwell, com sua Revolução dos Bichos (Animal Farm), compôs uma fábula (embora em um sentido mais amplo e de sátira política).

        As literaturas portuguesa e brasileira também cultivaram o gênero com Sá de Miranda, Diogo Bernardes, Manoel de Melo, Bocage, Monteiro Lobato e outros.Uma fábula é um conto em que as personagens falam sendo animais e que há sempre uma frase a ensinar-nos alguma coisa para não cometermos erros.


        Características:

        As fabulas são narrativas curtas, na qual os personagens são animais e nelas sempre no final mostra uma lição de moral.
        .........
        FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1bula

          O Burro Juiz:

        "Disputava a gralha com o sabiá, afirmando que a sua voz valia a dele. Como as outras aves rissem daquela pretensão, a bulhenta matraca de penas, furiosa, disse:Nada de brincadeiras. Isto é uma questão muito séria, que deve ser decidida por um juiz. Canta o sabiá, canto eu, e a sentença do julgador decidirá quem é o melhor artista. Topam?
        - Topamos! piaram as aves. Mas quem servirá de juiz?
        Estavam a debater este ponto, quando zurrou um burro.- Nem de encomenda! exclamou a gralha. Está lá um juiz de primeiríssima para julgamento de música, pois nenhum animal possui maiores orelhas. Convidê-mo-lo.Aceitou o burro o juizado e veio postar-se no centro da roda.
        -  Vamos lá, comecem! ordenou ele.
        O sabiá deu um pulinho, abriu o bico e cantou. Cantou como só cantam sabiás, garganteando os trinos mais melodiosos e límpidos. Uma pura maravilha, que deixou mergulhado em êxtase o auditório em peso.- Agora eu! disse a gralha, dando um passo à frente.E abrindo a bicanca matraqueou uma grita de romper os ouvidos aos próprios surdos.Terminada a justa, o meritíssimo juiz deu a sentença:
        - Dou ganho de causa à excelentíssima senhora dona Gralha, porque canta muito mais forte que mestre sabiá.
          
        Moral da História: Quem burro nasce,  togado ou não, burro morre. “
        ........




        O LEÃO E O RATO

        Depois que o Leão desistiu de comer o rato porque o rato estava com espinho no pé (ou por desprezo, mas dá no mesmo), e, posteriormente, o rato, tendo encontrado o Leão envolvido numa rede de caça, roeu a rede e salvou o Leão (por gratidão ou mineirice, já que tinha que continuar a viver na mesma floresta), os dois, rato e Leão, passaram a andar sempre juntos, para estranheza dos outros habitantes da floresta (e das fábulas). E como os tempos são tão duros nas florestas quanto nas cidades, e como a poluição já devastou até mesmo as mais virgens das matas, eis que os dois se encontraram, em certo momento, sem ter comido durante vários dias. Disse o Leão:

        - Nem um boi. Nem ao menos um paca. Nem sequer uma lebre. Nem mesmo uma borboleta, como hors-d'oeuvres de uma futura refeição.

        Caiu estatelado no chão, irado ao mais fundo de sua alma leonina. E, do chão onde estava, lançou um olhar ao rato que o fez estremecer até a medula. "A amizade resistiria à fome?" - pensou ele. E, sem ousar responder à própria pergunta, esgueirou-se pé ante pé e sumiu da frente do amigo(?) faminto. Sumiu durante muito tempo. Quando voltou, o Leão passeava em círculos, deitando fogo pelas narinas, com ódio da humanidade. Mas o rato vinha com algo capaz de aplacar a fome do ditador das selvas: um enorme pedaço de queijo Gorgonzola que ninguém jamais poderá explicar onde conseguiu (fábulas!). O Leão, ao ver o queijo, embora não fosse um animal queijífero, lambeu os beiços e exclamou:

        - Maravilhoso, amigo, maravilhoso! Você é uma das sete maravilhas! Comamos, comamos! Mas, antes, vamos repartir o queijo com equanimidade. E como tenho receio de não resistir à minha natural prepotência, e sendo ao mesmo tempo um democrata nato e confirmado, deixo a você a tarefa ingrata de controlar o queijo com seus próprios e famélicos instintos. Vamos, divida você, meu irmão! A parte do rato para o rato; para o Leão, a parte do Leão.

        A expressão ainda não existia naquela época, mas o rato percebeu que ela passaria a ter uma validade que os tempos não mais apagariam. E dividiu o queijo como o Leão queria: uma parte do rato, outra parte do Leão. Isto é: deu o queijo todo ao Leão e ficou apenas com os buracos. O Leão segurou com as patas o queijo todo e abocanhou um pedaço enorme, não sem antes elogiar o rato pelo seu alto critério:

        - Muito bem, meu amigo. Isso é que se chama partilha, Isso é que se chama justiça. Quando eu voltar ao poder, entregarei sempre a você a partilha dos bens que me couberem no litígio com os súditos. Você é um verdadeiro e egrégio meritíssimo! Não vai se arrepender!
        E o ratinho, morto de fome, riu o riso menos amarelo que podia, e ainda lambeu o ar para o Leão pensar que lambia os buracos de queijo. E enquanto lambia o ar, gritava, no mais forte que podiam seus fracos pulmões:
        - Longa vida ao Rei Leão! Longa vida ao Rei Leão!

        MORAL: Os ratos são iguaizinhos aos homens.
        Millôr Fernandes

        quinta-feira, 18 de março de 2010

        CONTOS

        Aquilo
        Quando aquilo apareceu na cidade

        teve gente que levou um susto.

        Teve gente que caiu na risada.

        Teve gente que tremeu de medo.

        E gente que achou uma delícia.

        E gente arrancando os cabelos.

        E gente soltando rojões.

        E gente mordendo a língua, perdendo o sono, gritando viva, roendo as unhas, batendo palma, fugindo apavorada e ainda gente ficando muito, muito, muito feliz.


        Uns tinham certeza de que aquilo não podia ser feito de jeito nenhum.

        Outros também tinham certeza. Disseram: - Viva! Que bom! Até que enfim!

        Muitos ficaram preocupados. Exigiram que aquilo fosse proibido. Garantiram que aquilo era impossível. Que aquilo era errado. Que aquilo podia ser muito perigoso.

        Outros, tranqüilos, festejaram, deram risadas, comemoraram e, abraçados, saíram pelas ruas, cantando e dançando felizes da vida.

        Alguns, inconformados, resolveram perseguir aquilo. Disseram que aquilo não valia nada. Disseram que era preciso acabar logo com aquilo ou, pelo menos, pegar e mandar aquilo para bem longe.

        Muitos defenderam e elogiaram aquilo. Juraram que aquilo era bom. Que aquilo ia ser melhor para todos. Que esperavam aquilo faz tempo. Que aquilo era importante, bonito e precioso.

        Alguém decidiu acabar com aquilo de qualquer jeito.

        Mas outro alguém disse que não! E foi correndo esconder aquilo devagarinho no fundo do coração.




        Caro leitor: aquilo pode ser muitas coisas. Sinta-se a vontade, pegue um lápis e uma folha de papel e escreva sobre aquilo: diga, em sua opinião e em seu sentimento, o que é aquilo, como é aquilo, o que aquilo faz, de onde veio aquilo, para onde aquilo vai e que sentido, afinal, aquilo tem. Se quiser, desenhe aquilo também.
        ..............................
        Azevedo, Ricardo. Se eu fosse aquilo... In Revista Nova Escola, nº 169, janeiro/ fevereiro de 2004.

        CRôNICAS

        A Crônica


        Crônica é uma narrativa curta que tem como tema fatos da vida cotidiana, muitas vezes abordados com humor e simplicidade.

        No Brasil, a produção de crônicas é bastante vasta. Nessa área, destacam-se escritores como Rubem Braga. Fernando Sabino. Stanislaw Ponte Preta, Moacyr Scliar entre outros.

        Vejamos alguns conceitos a respeito deste gênero, segundo alguns desses grandes escritores.


        "Muita gente une pergunta se tudo de que falo acontece mesmo, ou se invento. Vivo me inspirando em histórias de amigos, em coisas de que ouço falar. Na realidade, enfim. Mas também costuro acontecimentos entre si, dou um toque pessoal, exagero, busco o humor que faz parte da vida na cidade grande”. (Walcyr Carrasco _ ‘O golpe do aniversariante e outras crônicas)


        "A crônica é o espaço em que o escritor transita pelo cotidiano, discute eventos, opina, reivindica, ironiza, conta casos, expõe emoções. Lirismo, humor, indignação, meditação - tudo vale.”


        “Muitas vezes o escritor usa aquele espaço para testar o efeito de um texto que depois incluirá em soa obra maior”. (Ivan Ângelo — ‘O comprador de aventuras e outras crônicas’)


        O pomar dá literatura é composto de diferentes espécies: a poesia, que, pela sua delicadeza, comparo à uva; o romance, que, pela sua densidade, me lembra uma jaca (não da para comer uma jaca de uma vez); o conto, que, para ter qualidade, precisa ser redondo como uma lima; a novela, que, a meio caminho entre o conto e o romance, poderia ser um melão; e a crônica, que, pela variedade e popularidade, equivale à laranja.


        O conto, como uma lima, tem a casca mais fina e pode até ser agradável a um paladar delicado. A crônica, casca mais grossa, não requer tantos cuidados para a frutificação. Cresce em produções espontâneas, em jornais, revista, mas nem por isso perde seu valor nutritivo: contém todas as vitaminas necessárias à formação de um bom leitor.


        As crônicas, como as laranjas podem ser doces ou azedas: consumidas em gomos ou pedaços, na poltrona de casa, ou virar suco, espremida em sala de aula. Sentirá seu fino sabor quem souber apreciá-la de maneira sensata."


        (Carlos Eduardo Novaes _ ‘A cadeira, do dentista e outras crônicas’)


        “A crônica não tem a pretensão de ensinar coisa, alguma a alguém. Como cronista quero apenas convidar você, leitor, a descobrir um mundo maravilhoso, dentro do mundo em que você vive. Este é o mundo da leitura. É ai que estão guardadas as melhores crônicas, as melhores histórias. Está à disposição de qualquer um, mas nem toda gente sabe que ele existe, e por isso não pode sentir o prazer que ele dá”.


        “Crônicas são histórias que podem ter acontecido com todo mundo: até com você mesmo com pessoas de sua família ou com seus amigos. Mas uma coisa é acontecer, outra coisa é contar, escrever aquilo que aconteceu. Então você notará, ao ler a narração do fato, como ele ganha interesse especial”. (Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Rubem Braga — Para gostar de ler volume 01- Crônicas)


        "A crônica não tem a pretensão de durar, uma vez que é filha do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa; publicação efêmera que se compra num dia e no dia seguinte é usada para embrulhar um par de sapatos ou forrar algum caixote”.


        Sob vários aspectos é um gênero brasileiro, pela naturalidade com que se adaptou ao estilo despreocupado e feliz do povo brasileiro.


        “Ao longo do tempo foi largando cada vez mais a intenção de informar e comentar (jornalismo) para ficar sobretudo com a de divertir.” (Antônio Candido _ estudioso da Literatura Brasileira)




        Características da Crônica


        · A crônica nasceu nas páginas dos jornais e revistas.


        · E uma narrativa curta que tem como tema fatos da vida cotidiana, muitas vezes abordados com humor e simplicidade.


        · Apresenta um titulo que, na maioria das vezes, revela a idéia principal do texto.


        · A crônica parte de um fato cotidiano vivido por personagens em determinados lugares (num bar, num ponto de ônibus, numa festa). Por essa razão, o tempo e o espaço são limitados, curtos.


        · Pode apresentar os elementos básicos da narrativa: fatos, personagens, tempo e lugar.


        · Tem por objetivo divertir e/ou refletir criticamente sobre a vida e os comportamentos humanos, as tradições e os hábitos de um povo.


        · Pode apresentar narrador-observador ou narrador-personagem. O uso do narrador em 1ª pessoa faz com que, muitas vezes, tenhamos a impressão de que foi o autor da crônica que viveu a situação narrada. Além disso, esse recurso faz com que haja uma cumplicidade, entre o leitor e o escritor.


        · Em relação à linguagem, a crônica está mais próxima dos textos literários que dos jornalísticos.


        Os fatos são narrados de forma pessoal, subjetiva, sob o olhar do cronista. A variedade lingüística adotada na crônica é a variedade informal, simples, e direta, próxima do leitor.


        · Geralmente os personagens se comunicam através de diálogos, fazendo uso então do discurso direto. Em geral, ele é ágil e direto, justamente para dar uma idéia de movimento, ação, dinamismo.


        O emprego de algumas figuras de linguagem também traz um dinamismo ao texto, como por exemplo, o uso da ironia, da hipérbole. A critica é outro recurso empregado a favor da linguagem e da criatividade dos textos.


        Bibliografia:

        1- “Aulas de Redação” (Maria Aparecida Negrinho), ed. Ática

        2- “Texto e Interação” (William Roberto Cereja), ed. Atual

        3- "Leitura e Produção de Texto” (Patrícia Moreli), ed. Quinteto Editorial 
        ...........................
        O Homem Nu
        Fernando Sabino

        Ao acordar, disse para a mulher:
        — Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
        — Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
        — Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.   Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
        Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
        Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
        — Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
        Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
        Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares...  Desta vez, era o homem da televisão!
        Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
        — Maria, por favor! Sou eu!
        Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
        Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
        — Ah, isso é que não!  — fez o homem nu, sobressaltado.
        E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
        — Isso é que não — repetiu, furioso.
        Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar.  Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador.  Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer?  Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
        — Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
        Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
        — Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso.  — Imagine que eu...
        A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
        — Valha-me Deus! O padeiro está nu!
        E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
        — Tem um homem pelado aqui na porta!
        Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
        — É um tarado!
        — Olha, que horror!
        — Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
        Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
        — Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
        Não era: era o cobrador da televisão.

        Esta é uma das crônicas mais famosas do grande escritor mineiro Fernando Sabino. Extraída do livro de mesmo nome, Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 65.

        Agradeço a Cristhiano Rocha Pereira pela lembrança.
        Tudo sobre o autor em "Biografias".