terça-feira, 30 de março de 2010

TEXTO PARA ANÁLISE - Podres poderes

Caetano Veloso

Composição: Caetano Veloso
Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Motos e fuscas avançam
Os sinais vermelhos
E perdem os verdes
Somos uns boçais...

Queria querer gritar
Setecentas mil vezes
Como são lindos
Como são lindos os burgueses
E os japoneses
Mas tudo é muito mais...

Será que nunca faremos
Senão confirmar
A incompetência
Da América católica
Que sempre precisará
De ridículos tiranos
Será, será, que será?
Que será, que será?
Será que esta
Minha estúpida retórica
Terá que soar
Terá que se ouvir
Por mais zil anos...

Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Índios e padres e bichas
Negros e mulheres
E adolescentes
Fazem o carnaval...

Queria querer cantar
Afinado com eles
Silenciar em respeito
Ao seu transe num êxtase
Ser indecente
Mas tudo é muito mau...

Ou então cada paisano
E cada capataz
Com sua burrice fará
Jorrar sangue demais
Nos pantanais, nas cidades
Caatingas e nos gerais
Será que apenas
Os hermetismos pascoais
E os tons, os mil tons
Seus sons e seus dons geniais
Nos salvam, nos salvarão
Dessas trevas e nada mais...

Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Morrer e matar de fome
De raiva e de sede
São tantas vezes
Gestos naturais...

Eu quero aproximar
O meu cantar vagabundo
Daqueles que velam
Pela alegria do mundo
Indo e mais fundo
Tins e bens e tais...

Será que nunca faremos
Senão confirmar
Na incompetência
Da América católica
Que sempre precisará
De ridículos tiranos
Será, será, que será?
Que será, que será?
Será que essa
Minha estúpida retórica
Terá que soar
Terá que se ouvir
Por mais zil anos...

Ou então cada paisano
E cada capataz
Com sua burrice fará
Jorrar sangue demais
Nos pantanais, nas cidades
Caatingas e nos gerais...

Será que apenas
Os hermetismos pascoais
E os tons, os mil tons
Seus sons e seus dons geniais
Nos salvam, nos salvarão
Dessas trevas e nada mais...

Enquanto os homens
Exercem seus podres poderes
Morrer e matar de fome
De raiva e de sede
São tantas vezes
Gestos naturais
Eu quero aproximar
O meu cantar vagabundo
Daqueles que velam
Pela alegria do mundo...

Indo mais fundo
Tins e bens e tais!
Indo mais fundo
Tins e bens e tais!
Indo mais fundo
Tins e bens e tais!

(VELOSO, Caetano. In: velô). LP Philips 824024 1984 LadoA faixa )

sexta-feira, 19 de março de 2010

NARRATIVAS


O texto narrativo pode ser curto ou alongar-se, de acordo com os fatos que são contados, e pode ter a participação de uma ou mais personagens.

Existem, entretanto, determinadas características que diferenciam a narração escrita, seja ela em forma de crônica, conto, novela ou romance. Vejamos essas características.



CRÔNICA

É uma narrativa condensada, que focaliza um flagrante da vida, pitoresco e atual, real ou imaginário, com ampla variedade temática, num tom poético, porém coloquial. Sua ação é rápida e sintética. Assemelha-se a urna reportagem jornalística.

O texto “A idade da pedra”, de Carlos Eduardo Novaes, que foi lido no início do Capítulo 12, enquadra-se nessa definição. E uma crônica que mistura o humor à crítica social. O autor analisa o comportamento do adolescente e o do adulto frente às obrigações sociais e familiares, numa linguagem fluente, coloquial, através de um enredo rápido e simples.

Dentre nossos melhores cronistas, temos: Luis Fernando Veríssimo, Fernando Sabino, Loureço Diaféria, Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade, Rachei de Queiroz, Cecília Meireles e muitos outros.



CONTO

Trata-se de uma narrativa objetiva que apresenta um único conflito, tomado já próximo do seu desfecho. Encerra uma história com poucas personagens, e também tempo e espaço reduzidos. Ocorre a presença de diálogos que revelam o conflito entre as personagens.

No conto destacam-se: Machado de Assis, Monteiro Lobato, Lygia Fagundes Telles, Mário de Andrade, Luís Vilela, Ignácio de Loyola Brandão, Marina Colasanti e outros.



ROMANCE

Caracteriza-se como uma narrativa longa, de trama ou enredo complexo, com um conflito central e vários secundários que se relacionam entre si. Existe também um número ilimitado de personagens e total liberdade de espaço e tempo.

As personagens trabalhadas são planas ou redondas, de acordo com a complexidade de seu comporta­mento. A personagem plana apresenta uma atitude previsível e marcante que se define através de um único traço: é fraco ou de temperamento forte, bom ou mau etc. Já a personagem redonda ou esférica possui vários aspectos, sendo imprevisível nos seus atos. Ora é santa, ora é demônio, louca ou sensata etc.

No romance, o tempo pode ser cronológico (tempo material, marcado pelo relógio) ou psicológico (existente na mente da personagem, baseia-se no fluxo desordenado do inconsciente). A maioria dos romances é narrada em 3ª pessoa, ou seja, o narrador está distante dos fatos, como observador; mas há aqueles cujo foco narrativo é em lª pessoa, com narrador-personagem. Inúmeros são os nossos romancistas: Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Paulo Coelho, Autran Dourado, Adonias Filho, João Ubaldo Ribeiro, entre outros.



NOVELA

Na novela, ocorre uma pluralidade e sucessividade de células dramáticas, relativamente independentes e superficiais, conservando um elo que lhes serve de encadeamento. Esse elo pode ser uma ou mais personagens que permanecem em outros capítulos, enquanto alguns conflitos são substituídos por outros. Ocorre a presença de diálogos rápidos ou breves, a narrativa é direta, sem divagações e com pouca descrição. Quanto ao tempo, espaço, foco narrativo, número e espécie de personagem, a novela é semelhante ao romance, sendo um pouco menor que este e maior que o conto.

São autores de novelas: Érico Veríssimo, Guimarães Rosa, Fernando Sabino, Graciliano Ramos e outros.

Para você conhecer melhor um desses tipos de narrativa, vamos à leitura de um dos contos de Lygia Fagundes TelIes?



NARRAÇÃO: O MONÓLOGO

Você já estudou o diálogo, uma conversa entre duas pessoas. Mas quando uma só pessoa fala, respondendo a si própria, ou seja, fica meditando com seus “próprios botões”, temos então um monólogo.

Observe o monólogo de um ascensorista que, trabalhando durante anos num mesmo prédio, pôde conhecer particularidades da vida de cada morador. Ali, preso diariamente naquele espaço do elevador, ele se distraía, falando consigo mesmo. Leia o monólogo.



O ASCENSORISTA

Não sei por quê, amanheci hoje com predisposição para a melancolia. Comecei servindo com certa indiferença, sem atentar bem no que fazia. Mais parecendo uma sombra conduzindo sombras. Será que a minha sina é ficar subindo e descendo gente até o fim da vida? E esse prédio? Daqui a cem, duzentos anos, que será dele? Terá aquela mesma velhinha se repetindo à janela? E que espécie de gente, que paixões, que negócios entre suas paredes? Homens e mulheres de sempre, fazendo a mesma coisa, com outras caras, outros nomes?... 

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FONTE: material didático/pedagógico: Colégio Disciplina  

FÁBULAS


A fábula é um historia narrativa que surgiu no Oriente, mas foi particularmente desenvolvido por um escravo chamado Esopo, que viveu no século 6º. a.C., na Grécia antiga. Esopo inventava histórias em que os animais eram os personagens. Por meio dos diálogos entre os bichos e das situações que os envolviam, ele procurava transmitir sabedoria de carácter moral ao homem. Assim, os animais, nas fábulas, tornam-se exemplos para o ser humano. Cada bicho simboliza algum aspecto ou qualidade do homem como, por exemplo, o leão representa a força; a raposa, a astúcia; a formiga, o trabalho etc. É uma narrativa inverossímil, com fundo didático. Quando os personagens são seres inanimados, objetos, a fábula recebe o nome de apólogo. A temática é variada e contempla tópicos como a vitória da fraqueza sobre a força, da bondade sobre a astúcia e a derrota de preguiçosos.

A fábula já era cultivada entre assírios e babilônios, no entanto foi o grego Esopo quem consagrou o gênero. La Fontaine foi outro grande fabulista, imprimindo à fábula grande refinamento. George Orwell, com sua Revolução dos Bichos (Animal Farm), compôs uma fábula (embora em um sentido mais amplo e de sátira política).

As literaturas portuguesa e brasileira também cultivaram o gênero com Sá de Miranda, Diogo Bernardes, Manoel de Melo, Bocage, Monteiro Lobato e outros.Uma fábula é um conto em que as personagens falam sendo animais e que há sempre uma frase a ensinar-nos alguma coisa para não cometermos erros.


Características:

As fabulas são narrativas curtas, na qual os personagens são animais e nelas sempre no final mostra uma lição de moral.
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FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1bula

  O Burro Juiz:

"Disputava a gralha com o sabiá, afirmando que a sua voz valia a dele. Como as outras aves rissem daquela pretensão, a bulhenta matraca de penas, furiosa, disse:Nada de brincadeiras. Isto é uma questão muito séria, que deve ser decidida por um juiz. Canta o sabiá, canto eu, e a sentença do julgador decidirá quem é o melhor artista. Topam?
- Topamos! piaram as aves. Mas quem servirá de juiz?
Estavam a debater este ponto, quando zurrou um burro.- Nem de encomenda! exclamou a gralha. Está lá um juiz de primeiríssima para julgamento de música, pois nenhum animal possui maiores orelhas. Convidê-mo-lo.Aceitou o burro o juizado e veio postar-se no centro da roda.
-  Vamos lá, comecem! ordenou ele.
O sabiá deu um pulinho, abriu o bico e cantou. Cantou como só cantam sabiás, garganteando os trinos mais melodiosos e límpidos. Uma pura maravilha, que deixou mergulhado em êxtase o auditório em peso.- Agora eu! disse a gralha, dando um passo à frente.E abrindo a bicanca matraqueou uma grita de romper os ouvidos aos próprios surdos.Terminada a justa, o meritíssimo juiz deu a sentença:
- Dou ganho de causa à excelentíssima senhora dona Gralha, porque canta muito mais forte que mestre sabiá.
  
Moral da História: Quem burro nasce,  togado ou não, burro morre. “
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O LEÃO E O RATO

Depois que o Leão desistiu de comer o rato porque o rato estava com espinho no pé (ou por desprezo, mas dá no mesmo), e, posteriormente, o rato, tendo encontrado o Leão envolvido numa rede de caça, roeu a rede e salvou o Leão (por gratidão ou mineirice, já que tinha que continuar a viver na mesma floresta), os dois, rato e Leão, passaram a andar sempre juntos, para estranheza dos outros habitantes da floresta (e das fábulas). E como os tempos são tão duros nas florestas quanto nas cidades, e como a poluição já devastou até mesmo as mais virgens das matas, eis que os dois se encontraram, em certo momento, sem ter comido durante vários dias. Disse o Leão:

- Nem um boi. Nem ao menos um paca. Nem sequer uma lebre. Nem mesmo uma borboleta, como hors-d'oeuvres de uma futura refeição.

Caiu estatelado no chão, irado ao mais fundo de sua alma leonina. E, do chão onde estava, lançou um olhar ao rato que o fez estremecer até a medula. "A amizade resistiria à fome?" - pensou ele. E, sem ousar responder à própria pergunta, esgueirou-se pé ante pé e sumiu da frente do amigo(?) faminto. Sumiu durante muito tempo. Quando voltou, o Leão passeava em círculos, deitando fogo pelas narinas, com ódio da humanidade. Mas o rato vinha com algo capaz de aplacar a fome do ditador das selvas: um enorme pedaço de queijo Gorgonzola que ninguém jamais poderá explicar onde conseguiu (fábulas!). O Leão, ao ver o queijo, embora não fosse um animal queijífero, lambeu os beiços e exclamou:

- Maravilhoso, amigo, maravilhoso! Você é uma das sete maravilhas! Comamos, comamos! Mas, antes, vamos repartir o queijo com equanimidade. E como tenho receio de não resistir à minha natural prepotência, e sendo ao mesmo tempo um democrata nato e confirmado, deixo a você a tarefa ingrata de controlar o queijo com seus próprios e famélicos instintos. Vamos, divida você, meu irmão! A parte do rato para o rato; para o Leão, a parte do Leão.

A expressão ainda não existia naquela época, mas o rato percebeu que ela passaria a ter uma validade que os tempos não mais apagariam. E dividiu o queijo como o Leão queria: uma parte do rato, outra parte do Leão. Isto é: deu o queijo todo ao Leão e ficou apenas com os buracos. O Leão segurou com as patas o queijo todo e abocanhou um pedaço enorme, não sem antes elogiar o rato pelo seu alto critério:

- Muito bem, meu amigo. Isso é que se chama partilha, Isso é que se chama justiça. Quando eu voltar ao poder, entregarei sempre a você a partilha dos bens que me couberem no litígio com os súditos. Você é um verdadeiro e egrégio meritíssimo! Não vai se arrepender!
E o ratinho, morto de fome, riu o riso menos amarelo que podia, e ainda lambeu o ar para o Leão pensar que lambia os buracos de queijo. E enquanto lambia o ar, gritava, no mais forte que podiam seus fracos pulmões:
- Longa vida ao Rei Leão! Longa vida ao Rei Leão!

MORAL: Os ratos são iguaizinhos aos homens.
Millôr Fernandes

quinta-feira, 18 de março de 2010

CONTOS

Aquilo
Quando aquilo apareceu na cidade

teve gente que levou um susto.

Teve gente que caiu na risada.

Teve gente que tremeu de medo.

E gente que achou uma delícia.

E gente arrancando os cabelos.

E gente soltando rojões.

E gente mordendo a língua, perdendo o sono, gritando viva, roendo as unhas, batendo palma, fugindo apavorada e ainda gente ficando muito, muito, muito feliz.


Uns tinham certeza de que aquilo não podia ser feito de jeito nenhum.

Outros também tinham certeza. Disseram: - Viva! Que bom! Até que enfim!

Muitos ficaram preocupados. Exigiram que aquilo fosse proibido. Garantiram que aquilo era impossível. Que aquilo era errado. Que aquilo podia ser muito perigoso.

Outros, tranqüilos, festejaram, deram risadas, comemoraram e, abraçados, saíram pelas ruas, cantando e dançando felizes da vida.

Alguns, inconformados, resolveram perseguir aquilo. Disseram que aquilo não valia nada. Disseram que era preciso acabar logo com aquilo ou, pelo menos, pegar e mandar aquilo para bem longe.

Muitos defenderam e elogiaram aquilo. Juraram que aquilo era bom. Que aquilo ia ser melhor para todos. Que esperavam aquilo faz tempo. Que aquilo era importante, bonito e precioso.

Alguém decidiu acabar com aquilo de qualquer jeito.

Mas outro alguém disse que não! E foi correndo esconder aquilo devagarinho no fundo do coração.




Caro leitor: aquilo pode ser muitas coisas. Sinta-se a vontade, pegue um lápis e uma folha de papel e escreva sobre aquilo: diga, em sua opinião e em seu sentimento, o que é aquilo, como é aquilo, o que aquilo faz, de onde veio aquilo, para onde aquilo vai e que sentido, afinal, aquilo tem. Se quiser, desenhe aquilo também.
..............................
Azevedo, Ricardo. Se eu fosse aquilo... In Revista Nova Escola, nº 169, janeiro/ fevereiro de 2004.

CRôNICAS

A Crônica


Crônica é uma narrativa curta que tem como tema fatos da vida cotidiana, muitas vezes abordados com humor e simplicidade.

No Brasil, a produção de crônicas é bastante vasta. Nessa área, destacam-se escritores como Rubem Braga. Fernando Sabino. Stanislaw Ponte Preta, Moacyr Scliar entre outros.

Vejamos alguns conceitos a respeito deste gênero, segundo alguns desses grandes escritores.


"Muita gente une pergunta se tudo de que falo acontece mesmo, ou se invento. Vivo me inspirando em histórias de amigos, em coisas de que ouço falar. Na realidade, enfim. Mas também costuro acontecimentos entre si, dou um toque pessoal, exagero, busco o humor que faz parte da vida na cidade grande”. (Walcyr Carrasco _ ‘O golpe do aniversariante e outras crônicas)


"A crônica é o espaço em que o escritor transita pelo cotidiano, discute eventos, opina, reivindica, ironiza, conta casos, expõe emoções. Lirismo, humor, indignação, meditação - tudo vale.”


“Muitas vezes o escritor usa aquele espaço para testar o efeito de um texto que depois incluirá em soa obra maior”. (Ivan Ângelo — ‘O comprador de aventuras e outras crônicas’)


O pomar dá literatura é composto de diferentes espécies: a poesia, que, pela sua delicadeza, comparo à uva; o romance, que, pela sua densidade, me lembra uma jaca (não da para comer uma jaca de uma vez); o conto, que, para ter qualidade, precisa ser redondo como uma lima; a novela, que, a meio caminho entre o conto e o romance, poderia ser um melão; e a crônica, que, pela variedade e popularidade, equivale à laranja.


O conto, como uma lima, tem a casca mais fina e pode até ser agradável a um paladar delicado. A crônica, casca mais grossa, não requer tantos cuidados para a frutificação. Cresce em produções espontâneas, em jornais, revista, mas nem por isso perde seu valor nutritivo: contém todas as vitaminas necessárias à formação de um bom leitor.


As crônicas, como as laranjas podem ser doces ou azedas: consumidas em gomos ou pedaços, na poltrona de casa, ou virar suco, espremida em sala de aula. Sentirá seu fino sabor quem souber apreciá-la de maneira sensata."


(Carlos Eduardo Novaes _ ‘A cadeira, do dentista e outras crônicas’)


“A crônica não tem a pretensão de ensinar coisa, alguma a alguém. Como cronista quero apenas convidar você, leitor, a descobrir um mundo maravilhoso, dentro do mundo em que você vive. Este é o mundo da leitura. É ai que estão guardadas as melhores crônicas, as melhores histórias. Está à disposição de qualquer um, mas nem toda gente sabe que ele existe, e por isso não pode sentir o prazer que ele dá”.


“Crônicas são histórias que podem ter acontecido com todo mundo: até com você mesmo com pessoas de sua família ou com seus amigos. Mas uma coisa é acontecer, outra coisa é contar, escrever aquilo que aconteceu. Então você notará, ao ler a narração do fato, como ele ganha interesse especial”. (Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Rubem Braga — Para gostar de ler volume 01- Crônicas)


"A crônica não tem a pretensão de durar, uma vez que é filha do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa; publicação efêmera que se compra num dia e no dia seguinte é usada para embrulhar um par de sapatos ou forrar algum caixote”.


Sob vários aspectos é um gênero brasileiro, pela naturalidade com que se adaptou ao estilo despreocupado e feliz do povo brasileiro.


“Ao longo do tempo foi largando cada vez mais a intenção de informar e comentar (jornalismo) para ficar sobretudo com a de divertir.” (Antônio Candido _ estudioso da Literatura Brasileira)




Características da Crônica


· A crônica nasceu nas páginas dos jornais e revistas.


· E uma narrativa curta que tem como tema fatos da vida cotidiana, muitas vezes abordados com humor e simplicidade.


· Apresenta um titulo que, na maioria das vezes, revela a idéia principal do texto.


· A crônica parte de um fato cotidiano vivido por personagens em determinados lugares (num bar, num ponto de ônibus, numa festa). Por essa razão, o tempo e o espaço são limitados, curtos.


· Pode apresentar os elementos básicos da narrativa: fatos, personagens, tempo e lugar.


· Tem por objetivo divertir e/ou refletir criticamente sobre a vida e os comportamentos humanos, as tradições e os hábitos de um povo.


· Pode apresentar narrador-observador ou narrador-personagem. O uso do narrador em 1ª pessoa faz com que, muitas vezes, tenhamos a impressão de que foi o autor da crônica que viveu a situação narrada. Além disso, esse recurso faz com que haja uma cumplicidade, entre o leitor e o escritor.


· Em relação à linguagem, a crônica está mais próxima dos textos literários que dos jornalísticos.


Os fatos são narrados de forma pessoal, subjetiva, sob o olhar do cronista. A variedade lingüística adotada na crônica é a variedade informal, simples, e direta, próxima do leitor.


· Geralmente os personagens se comunicam através de diálogos, fazendo uso então do discurso direto. Em geral, ele é ágil e direto, justamente para dar uma idéia de movimento, ação, dinamismo.


O emprego de algumas figuras de linguagem também traz um dinamismo ao texto, como por exemplo, o uso da ironia, da hipérbole. A critica é outro recurso empregado a favor da linguagem e da criatividade dos textos.


Bibliografia:

1- “Aulas de Redação” (Maria Aparecida Negrinho), ed. Ática

2- “Texto e Interação” (William Roberto Cereja), ed. Atual

3- "Leitura e Produção de Texto” (Patrícia Moreli), ed. Quinteto Editorial 
...........................
O Homem Nu
Fernando Sabino

Ao acordar, disse para a mulher:
— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.   Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares...  Desta vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
— Ah, isso é que não!  — fez o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
— Isso é que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar.  Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador.  Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer?  Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso.  — Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
— Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
— Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
— É um tarado!
— Olha, que horror!
— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
Não era: era o cobrador da televisão.

Esta é uma das crônicas mais famosas do grande escritor mineiro Fernando Sabino. Extraída do livro de mesmo nome, Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 65.

Agradeço a Cristhiano Rocha Pereira pela lembrança.
Tudo sobre o autor em "Biografias".


sexta-feira, 12 de março de 2010

Mulheres



 Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar

um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
 

(Fernando Pessoa)

Trabalho coletivo Manoel Libanio 12-mar-2010

Divulgação
- Agenda PROFUNCIONÁRIO

pré-inscrições para a III turma do Profuncionário estão abertas até 19 de março

Não há um número determinado de vagas por escola e que poderão se pré-inscrever quantos funcionários administrativos possuírem interesse pelo curso , desde que atenda os critérios abaixo relacionados:
  • Ser funcionário administrativo efetivo na rede Estadual ou Municipal de ensino;
  • Estar na função de origem; (AAE-AP farão opção para Técnico em Alimentação Escolar, Técnico em Meio Ambiente e Manutenção de Infra-Estrutura Escolar; AAE-TE fará opção para: Técnico em Gestão e Técnico em Multimeios Didáticos)
  • Ter ensino médio completo;
  • Faltar no máximo três anos para a aposentadoria (tendo como base o inicio do curso)
  • Não ter sido inscrito na I e II turma;
  • Em caso de empate terá preferência o cursista com mais tempo de serviço;

- Curso Disseminadores de Educação Fiscal

A Escola de Administração Fazendária – ESAF em parceria com o Grupo Estadual de Educação Fiscal de Goiás - GEFE/GO disponibilizam o curso de Educação Fiscal a Distância.

OBJETIVO

A modalidade de curso a distância para Disseminadores de Educação Fiscal do Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF faz parte do processo ensino aprendizagem para a formação de Disseminadores de Educação Fiscal que atuarão nas escolas da rede de ensino fundamental, médio, universidades, servidores públicos e sociedade em geral.

PRÉ-REQUISITOS PARA O ALUNO PARTICIPAR DO CURSO DEF
  •  Ter disponibilidade de tempo para participação no curso;
  •  Ter disponibilidade de tempo para atuar como Disseminador de Educação Fiscal, quando
  • solicitado;
  •  Possuir conhecimentos básicos de informática: windows, word e internet;
  •  Possuir endereço eletrônico (e-mail);
  •  Ter acesso à internet, com sistema operacional: Windows 98 ou superior, browser: Internet Explorer 4.0 ou superior, descompactador de arquivos Winzip e plugin para o flash, adobe acrobat header 5.0 ou superior.
CARGA HORÁRIA : 160 (cento e sessenta) horas com a elaboração de projeto pedagógico.

PÚBLICO-ALVO : Professores das escolas privadas, públicas estaduais, municipais, universidades, servidores públicos e sociedade em geral.

NÚMERO DE VAGAS : Para Goiás foram disponibilizadas 1500 vagas neste 1º semestre de 2010, as quais serão distribuídas entre os tutores, média de 30 alunos por turma.

PERÍODO DE REALIZAÇÃO : O curso será realizado no período de 5 de abril a 20 de junho de 2010.

PERÍODO DE INSCRIÇÃO : As inscrições estarão abertas no período de 8 a 26 de março de 2010.

E-Proinfo Ensinando e Aprendendo com as TIC 10 mar 2010

Tecnologias na Educação: Ensinando e aprendendo com as TIC
UNIDADE II – INTERNET - HIPERTEXTO E HIPERMÍDIA
2.2 O QUE É HIPERTEXTO?
Impressões sobre a experiência de navegação. Como é lidar com um produto textual em que se navega além de ler.
Quem navega à deriva sabe que há vida além dos mares nos mapas
além das bússolas, astrolábios, diários de bordo
além das lendas dos monstros marinhos, dos mitos[3]

Para que informações se tornem efetivos e eficazes conhecimentos é necessário um prévio conhecimento e entendimento dos conceitos bases que sustentam o cabedal eleito. A partir de então, e delimitado o campo de informes a serem investigados foi possível trazer à baila que

Hipertexto é o termo que remete a um texto em formato digital, ao qual agrega-se outros conjuntos de informação na forma de blocos de textos, palavras, imagens ou sons, cujo acesso se dá através de referências específicas denominadas hiperlinks, ou simplesmente links.[4]

[...]

O sistema de hipertexto mais conhecido atualmente é a World Wide Web, no entanto a Internet não é o único suporte onde este modelo de organização da informação e produção textual se manifesta.[5]

Principais características dos hipertextos: Intertextualidade: Velocidade; Precisão; Dinamismo; Interatividade; Acessibilidade; Estrutura em rede; Transitoriedade; Organização multilinear[6]

Enquanto recursos para consultas, leituras, e ilustrações, são consideráveis as vantagens pedagógicas de se trabalhar com hipertextos na educação, como se tem disponível na teia cibernética:

Trabalhar com hipertexto leva o aluno a produção de textos e traz como vantagens a construção do conhecimento de forma dinâmica e inserindo o aluno e o processo educativo no mundo digital.[7]

Foi no campo da informática que surgiu o hipertexto, pela necessidade de tornar o computador cada vez mais interativo. Mas o hipertexto não precisa ser interativo e sim “explorativo”. Ao navegar pela internet vamos encontrando endereços de sites, palavras sublinhadas, ícones piscando, e muitos outros atrativos que nos levam a clicar com o mouse e abrir diversas janelas, pois bem, este é o chamado efeito hipertextual no ciberespaço. Da mesma forma pode acontecer num documento de texto (Word, Página na internet), onde se inserem palavras-chaves que levam a outros textos ou imagens.[8]

Contudo é mister não se entregar à fantasiosa viagem do milagre da aprendizagem via acesso virtual. Toda atividade de ensino-aprendizagem deve ser cuidadosamente planejada e contemplar as diversas psicologias, tempos, habilidades e competências dos educandos, haja vista que no sistema brasileiro de educação as diversidades sócio-econômico-culturais são muito acentuadas, contemplando, de tal sorte, nas escolas turmas muito heterogêneas quanto à posse e acesso das ferramentas virtuais de multimídias. O que para uns é motivo de “alívio” por contar com um recurso tão cômodo e lúdico, para outros se torna tortura intraindividual ao ver-se em tão acentuada desigualdade!

Valmafideles.

[1] http://curso100horas.blogspot.com/2009/04/atividade-22b-o-que-e-hipertexto.html
[2] idem
[3] http://eproinfo.mec.gov.br/webfolio/Mod83221/pg2.html, por Marcus Vinicius
[4] http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertexto
[5] Idem
[6] idem idem
[7] idem idem idem
[8] http://www.infoescola.com/informatica/hipertexto/, por ARAUJO, Lindomar da Silva.

Trabalho coletivo Manoel Libanio 27-fev-2010


A arte de viver começa a ser percebida quando aprendemos a desembrulhar os presentes que a vida nos oferece e quando conseguimos presentear com sentimentos perceptíveis os seres que amamos”!
ABGO. Escola Estadual Manoel Libânio da Silva. Trabalho Coletivo, 27/02/2010

sexta-feira, 5 de março de 2010

Alfabeto libras

Logograma

Um logograma (do grego λόγος - palavra + γράμμα - caracter, letra) é um símbolo ou grafema único que denota um conceito concreto ou abstrato da realidade.

Um logograma que denota um conceito através de um símbolo gráfico é um ideograma. Um que o representa diretamente, através de uma ilustração, é um pictograma.
 

  

  

 

Linguagem e leitura cifrada

Veja do q seu cérebro é capaz e olhe q to de um olho só... ô glória! O nosso cérebro é doido !!!

De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as Lteras de ma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo. Sohw de bloa.

Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito.

35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3!
P4R4BÉN5!

Se vc conseguir ler as primeiras palavras o cérebro decifrará automaticamente as outras...
3M UM D14 D3 V3R40, 3574V4 N4 PR414, 0853RV4ND0 DU45 CR14NÇ45 8R1NC4ND0 N4 4R314. 3L45 7R484LH4V4M MU170 C0N57RU1ND0UM C4573L0 D3 4R314, COM 7ORR35, P4554REL45 3 P455AG3N5 1N73RN45. QU4ND0 3574V4M QU453 4C484ND0, V310 UM4 0ND4 3 D357RU1U 7UD0, R3DU21ND0 0 C4573L0 4 UM M0N73 D3 4R314 3 35PUM4. 4CH31 QU3, D3P015 D3 74N70 35F0RÇ0 3 CU1D4D0, 45 CR14NÇ4S C4IR14M N0 CH0R0, C0RR3R14M P3L4 PR414! FUG1ND0 D4 4GU4, R1ND0 D3 M405 D4D45 3 C0M3Ç4R4M 4 C0N57R1R 0U7R0 C4573L0. C0NPR33ND1 QU3 H4V14 4PR3ND1D0 UM4 GR4ND3 L1Ç40: G4574M05 MU170 73MP0 D4 N0554 V1D4 C0N57RU1NDO 4LGUM4 C0154 3 M415 C3D0 0U M415 74RD3, UM4 0ND4 P0D3R4 V1R 3 D357RU1R 7UD0 0 QU3 L3V4M05 74N70 73MP0 P4R4 C0N57RU1R. M45 QU4ND0 1550 4C0N73C3R 50M3N73 4QU3L3 QU3 73M 45 M405 D3 4LGU3M P4R4 53GUR4R, 53R4 C4P42 D3 50RR1R!!! 50 0 QU3 P3RM4N3C3 3 4 4M124D3, 0 4M0R 3 C4R1NH0. 0 R3570 3 F3I70 4R314...!!

O mesmo ocorre com a leitura de imagens, nosso cérebro busca informações armazenadas em nossa bagagem mental e procura a associação entre o significante e o signo.