Pontudo poliedro Ao entrar numa equação Encontrou um Rombóide exemplar De ângulos sem par E negra simetria linear "Eureka!", estremeceu. "Newton, me ajude de verdade, Que perco a gravidade!" Doido negreiro, Roçou o seu cateto Nas quinas do parceiro E, ao se sentir enorme Disse baixinho, ao preto: "Meu Deus, que cuneiforme!" "Sou teu isógono" Disse o Rombóide, lacônico. "Mas pode me chamar de isogônico." E os dois propuseram E x MC2 - 3,1416 (24) x 69 ou seja 477ª 15 Um teorema disforme Em carícias ardentes, Um amor trapeziforme Bissectando linhas confluentes. Neste instante, porém, surgiu o Heptaedro. Que, com olhar oblíquo, gargalhou a verdade pendular, "Somos todos heterógonos. E isto um triângulo sexangular!" E, cheio de apetite, Propôs uma unidade tripartite. Mas repressão é coisa séria Elementos cheios de hidrostática Saltaram da quarta-matéria E, com força Kinética, Atacaram a proposta sexo-estética: "Prendam esse trio amoral Poligonal Por movimentos secantes Revoltantes. Gestos esféricos Histéricos, E atitudes contangentes Indecentes! E não venham com lérias: Galileu já falava Da excrescência das matérias "Amado Poliedro" gemeu o Rombóide. "Essas figuras obtusas Vão nos meter na hipotenusa!" "Comigo aqui" Disse Poli "Ninguém te fará mal, reto ou oblíquo!" E, com socos ubíquos Nos críticos Golpes elípticos Em moelas Pernadas paralelas Em deltóides E pontapés ovóides Em umbigos, Se pôs a derrubar os inimigos. A força de tal paixão Atraiu num instante A patrulha angular policitante Que transformou os atacantes numa nuvem etérea Com alguns rojões de antimatéria Nossa história se encerra Com a vitória do Amor-Verdade Que não explode A população da Terra. |
O Pif-Paf/O Cruzeiro, 1949
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